A luta por Direitos no Conjunto Palmeiras II – Entrevista com Drika Castro

Nesta entrevista o portal Intersindical Ceará realiza entrevista exclusiva com Adriana de Almeida Castro, a Drika, sobre a luta da comunidade do Conjunto Palmeiras II por direitos. Confere a seguir nossa entrevista.

INTER-CE: Drika, você participa de algum movimento ou associação na comunidade que você atua?

Drika: Eu participo do movimento Círculos Populares. E construímos um espaço chamado Comuna do Círculos Palmeiras. E através deste espaço organizamos as moradoras e moradores do bairro que tem um importante papel como Conselheiros de Rua. Assim podemos debater os problemas e as carências aqui do nosso bairro.

INTER-CE: E como foi a preparação para esta plenária?

Drika: O Conjunto Palmeiras, com o passar dos anos, agora é considerado um bairro. E com o crescimento do bairro temos diversas comunidades com suas demandas próprias. Através do movimento Círculos Populares temos organizado os moradores. Apesar da demanda dos moradores em construir uma associação da comunidade, porém com a dificuldade e a burocracia nós adotamos outra estratégia. Temos buscado unidade com outras entidades, movimentos sociais e associações do bairro para discutir que os recursos e soluções também sejam encaminhadas para a comunidade do Conjunto Palmeiras II. Além disso organizamos algumas pré-plenárias, inclusive fizemos até uma no Natal! E desta construção, com todas as comunidades do Conjunto Palmeiras, das aspirações das pessoas, fizemos o levantamentos das propostas de melhoria do bairro. A partir deste processo, que culminou com a organização coletiva dos movimentos tivemos esta plenária do dia 04 de fevereiro. Foi muito produtivo pois compareceram vários parlamentares e autoridades da prefeitura. Na plenária apresentamos um documento com as necessidades do bairro.

https://youtu.be/9q0IchHmLPY

INTER-CE: Conta mais pra gente. Quem organizou a plenária? Quem participou? E qual é a avaliação da plenária?

Drika: Nós convidamos vários órgãos públicos, como por exemplo: Cagece, Secretaria de Infraestrutura, Secretaria das Cidades para participarem da plenária. No dia da plenária realizamos a mobilização dos moradores para realizar a concentração na Comuna Palmeiras II onde fomos em marcha denunciando a falta de estrutura na comunidade. Reivindicando o calçamento para as ruas e saneamento básico onde passamos por várias ruas com esgoto a céu aberto. Quando chegamos na Associação dos Moradores do Conjunto Palmeiras – ASMOCONP, nos incorporamos aos moradores do Conjunto Palmeiras I. Foi muito importante a presença de parlamentares como aos vereadores da Mandata Nossa Cara (PSOL) representada pela Adriana Gerônimo, Gabriel Aguiar (PSOL), Larissa Gaspar (PT), Ronivaldo Maia (PT) representado pela sua assessoria e deputados estaduais Renato Roseno (PSOL) representado pela sua assessoria, Acrísio Sena (PT) entre outros. Apresentamos as propostas assinadas por todas as entidades e movimentos do Conjunto Palmeiras. Foi muito representativo, especialmente a participação popular. E daqui um mês esperamos ter uma reunião de retorno para acompanhar os avanços destas propostas.

INTER-CE: Você poderia detalhar quais são as pautas de reivindicações dos moradores do Conjunto Palmeiras II ?

Drika: Nossa comunidade é localizada numa área barrenta, assim com as chuvas fica tudo enlameado. É normal ver os moradores irem trabalhar com os seus calçados na bolsa, para não se sujarem. Pior são os riscos de enchentes, desde que me mudei para esta comunidade, já enfrentei duas enchentes! A reivindicação mais urgente é a construção dos calçamentos com boca de lobo para realizar a drenagem das ruas. Sem falar que a falta de drenagem e esgotamento causa um problema no riacho que corta o Conjunto Palmeiras II que é afluente do Rio Cocó. A falta de urbanização do riacho gerou, na prática, um canal que gera muitas doenças pela transmissão de mosquitos e ratos. Desde 2019, na última enchente, que estamos nesta peleja. Após a intensificação da nossa luta, já conseguimos que a obra fosse licitada, faltando apenas a canetada do prefeito Sarto Nogueira (PDT). Além disso existe a demanda de uma praça no Palmeiras II, pois nas periferias existem “limites entre as comunidades”. Assim a nossa juventude tem dificuldade de locomoção para ter acesso a cultura e lazer.

INTER-CE: Neste momento final, abrimos o espaço para as suas considerações finais. Qual o recado que você deseja passar para os leitores do portal Intersindical Ceará?

Drika: Primeiro gostaria de agradecer pelo espaço. E dizer que a luta popular não é algo simples nem fácil. A disputa da consciência dos moradores que muitas vezes não entendem por que o Estado não chega nas comunidades. Assim precisamos sempre estar conversando e dialogando sejam em plenárias, reuniões ou atividades como o Dia das Crianças e Dia das Mães que sempre realizamos. As formações sobre os Direitos da Mulher, os Direitos Humanos, sobre o papel do Sistema Único de Saúde – SUS. Todas estas atividades são realizadas para elevar a consciência dos moradores e construir esta luta. Pois só a Luta Muda a Vida!