Bolívia: Vitória Do Mas Reascende A Chama Da Esperança

A grande e expressiva vitória eleitoral do Movimento ao Socialismo (MAS) nas eleições da Bolívia, já plenamente confirmada, representa um sopro de esperança para a América Latina e um guinada de 180 graus nos rumos políticos do país.

Após onze meses em que a Bolívia sofreu sob os golpistas e as falanges de extrema direita, Luis Arce e o vice David Choquehuanca obtiveram 25 pontos de vantagem sobre os adversários no primeiro turno.

Ainda na época do golpe, a Intersindical -Central da Classe Trabalhadora manisfetou seu repúdio aos golpistas e a solidariedade a Evo Morales.
Em nota datada de 11 de novembro de 2019, afirmamos: “Com indignação que a Intersindical Central da Classe Trabalhadora, desde o Brasil, manifesta seu repúdio à trama imperialista e oligárquica na Bolívia, que resultou no golpe de estado contra o governo constitucional de Evo Morales.

Este golpe foi planejado pelo Departamento de Estado Estadunidense, executado pelos setores da extrema-direita e contou apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, sob comando do bolsonarista Ernesto Araújo.” E a OEA também teve participação ativa, ao apontar uma fraude eleitoral que jamais foi comprovada.

A derrota dos golpistas foi de tal forma esmagadora que não lhes restou outro caminho se não reconhecer a derrota. Mas a luta está longe de terminar. E é preciso entender que mesmo sob o governo de Morales, havia problemas a serem corrigidos. Enquanto esta nota estava sendo escrita, ocorreu atentado contra o presidente da Federação de Trabalhadores Mineiros da Bolívia, Orlando Gutiérrez, em La Paz. A extrema direita boliviana e os EUA não vão desistir facilmente do seu projeto de dominação.

Mas que a Bolívia está superando, o Brasil continua padecendo. Desde o golpe aplicado contra a presidenta Dilma Roussef, em 2016, que a direita e a extrema direita avançam na destruição de conquistas sociais, direitos trabalhistas, do meio ambiente, do patrimônio do país e da vida da população, como tem demontrado as falas e atitudes de Bolsonaro diante da pandemia Covid-19.

As eleições de Alberto Fernández na Argentina e agora a de Luis Arce e David Choquehuanca na Bolívia mostram que é possível derrotar eleitoralmente o projeto da extrema direita. E neste momento em que nas eleições municipais brasileiras, candidatos claramente bolsonaristas ou ligados aos velhos caciques políticos do Centrão estão liderando pesquisas, é preciso ficarmos atentos e fortalecermos as candidaturas de esquerda. Fortaleza é um exemplo.

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