A quinta rodada de leilão do pré-sal, realizada na última sexta-feira (28/09), foi mais um agrado do governo golpista de Michel Temer às petroleiras multinacionais. Do total dos quatro blocos leiloados, as estrangeiras levaram 92,6%, enquanto a Petrobras apenas 7,4%. As maiores ganhadoras foram a anglo-holandesa Shell, as americanas Chevron e ExxonMobil e a britânica BP, que adquiriram, respectivamente, 23,9%, 23,9%, 14,4% e 11,2% do petróleo.
Somando os resultados das cinco rodadas de leilão do pré-sal (a primeira, em 2013, no governo Dilma, e as outras quatro no governo Temer), as petroleiras de fora já abocanham três quartos das reservas do pré-sal brasileiro.
Além de dominarem a extração da maior riqueza do país, as estrangeiras são beneficiadas por mudanças na regulação do pré-sal, promovidas pelas forças golpistas: retirada da Petrobras como operadora única, redução da exigência do conteúdo local e ampliação dos incentivos tributários. A tendência é ampliar cada vez mais o papel das multinacionais na exploração, enquanto a Petrobras, a empresa que descobriu o pré-sal, é reduzida a mera coadjuvante no mercado.
As consequências para o povo brasileiro serão desastrosas. Serão bilhões e bilhões de dólares despachados ao estrangeiro. No caso dos campos leiloados na última sexta-feira, a projeção é de que cada barril produzido gere um excedente de 120 reais. Desse valor, cerca de 50 reais serão pagos à União, enquanto os outros 70 irão aos cofres das petroleiras. Considerando a pequena parcela adquirida pela Petrobras, apenas 7,4% desses lucros serão da estatal brasileira.
Todos esses recursos poderiam servir para desenvolver a indústria nacional, gerar empregos qualificados e, principalmente, custear políticas públicas e investimentos em educação, saúde e infraestrutura. Ao contrário, como no período colonial, nossas riquezas são saqueadas a luz do dia, com permissão e incentivo da elite local.
Para saber mais sobre os rumos da Petrobras e do petróleo brasileiro, leia a reportagem “Muito além do combustível caro”.
Fonte: Intersindical / Matheus Lobo