Há 57 anos, em 31 de março de 1964, instaurou-se no país um dos períodos mais obscuros de nossa história: A Ditadura Militar de 64, que em razão de um golpe planejado pelas instituições militares do Brasil, se estabeleceu por décadas, alçada ainda com apoio de setores conservadores da Sociedade Civil. Na noite de 31 de março daquele ano, a democracia se pôs junto ao sol e o povo brasileiro viveu longas trevas, as quais até hoje são percebidas, pelas cicatrizes e memórias de quem viveu e sobreviveu ao período do Golpe.
Temos hoje na presidência do país um admirador declarado do Golpe Civil-Militar de 1964. Ainda como Deputado Federal, durante da votação do Impeachment da Ex-presidente Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro proclamou homenagem ao comandante Brilhante Ustra, militar judicialmente reconhecido como torturador, confirmado pelo STJ em 2014. Bolsonaro, já como Presidente da República, tem como rotina diária e obrigatória atacar a quem a ele se opõe: movimentos populares, sindicais, estudantis, LGBTs, indígenas, negros, mulheres, imprensa, Supremo Tribunal Federal… Bolsonaro é, sem dúvida, intolerante a quem pensa diferente dele e, portanto, uma ameaça à democracia na qual hoje vivemos.
O dia de hoje é ainda mais preocupante que o normal. Ontem, 30 de março de 2021, os comandantes do Exército Brasileiro, da Marinha e da Aeronáutica foram demitidos, conjuntamente, por Bolsonaro. Uma saída de comandante das Forças Armadas ao mesmo tempo não ocorria desde a redemocratização de 1985. O motivo é ainda mais alarmante: alegaram tentativas de interferência política dentro das Instituições Militares. Além disso, no dia em que o Brasil chora a morte de 3.780 brasileiros em 24 horas, pior número de mortes de COVID-19 desde o início da pandemia no país, Bolsonaro comemora o dia em que se iniciou um dos períodos mais tristes da história. 31 de março de 1964 não deve ser comemorado e, sim, lembrado para que passado não se repita. É imoral comemorar o período no qual a liberdade de expressão não era permitida e a repressão era tida como forma de organização social e civil. É inadmissível e retrógrado que o líder de um Estado Democrático de Direito desonre a Constituição Federal com atitudes antidemocráticas e ditatórias. Mais do que nunca, precisamos lutar pela manutenção da nossa democracia. NÃO AO GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964! FORA BOLSONARO! IMPEACHMENT JÁ!